Esta semana estou em Fortaleza, Ceará, dirigindo dois concertos com a ótima Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.
O programa é bem diversificado, iniciando com o Concerto Grosso Op.06 número 04 de Handel, em seguida teremos a Cantata de Bach Nun komm, der Heiden Heiland BWV 61, depois a Sereneta para cordas de Elgar, e culminado com a Noite Transfigurada ,de Arnold Schönberg.
Vou aproveitar o post para chamar a atenção para essa última obra, que tem ocupado meus estudos e pensamentos nas últimas semanas. A Noite Transfigurada, obra prima da música moderna é famosa pela extrema expressividade, beleza e dificuldade. Entretanto, eu gostaria de destacar especialmente o importante papel que ela ocupa na história da música.
Mas antes de falar sobre a obra em si, vamos iniciar falando um pouco do compositor:
Arnold Franz Walter Schönberg, ou Schoenberg, (1874 - 1951) foi o compositor austríaco criador do dodecafonismo, um dos mais revolucionários e influentes estilos de composição do Século XX
Suas primeiras obras, apesar de ligadas à tradição pós-romântica, já prenunciavam um método composicional inovador, que evoluiu para a atonalidade e, mais tarde, para um estilo próprio, o dodecafonismo. Schönberg foi também pintor e importante teórico musical, autor de diversos livros, como Harmonia e Exercícios Preliminares em Contraponto.
Esta obra entra na categoria de Poema Sinfônico e é o primeiro da história a ser composto para conjunto de Câmara. Verklärte Nacht (Noite Transfigurada), concluído em 1899, foi a primeira obra composta por Schönberg que ganhou algum reconhecimento de público e crítica. Baseado no poema homônimo do poeta expressionista alemão Richard Dehmel , foi escrito inicialmente para sexteto de cordas (dois violinos, duas violas e dois violoncellos), sofreu em 1917 readaptação para o formato da orquestra de cordas, sendo revisado pela última vez em 1943.
Embora a peça seja totalmente tonal, trabalha com ambiguidades harmônicas (ou seja, o mesmo evento musical pode ser interpretado pelo ouvido segundo funções harmônicas diferentes, dependendo do centro tonal a que é referido), fator de composição este que, levado às últimas consequências, fará com que Schönberg repense todo o sistema tonal nas décadas seguintes.
Com isso, apesar de ser praticamente uma peça de estréia (op.4), ela já reelabora de maneira muito própria conquistas formais do romantismo tardio de Wagner, explorando elementos da música ocidental que vão desenvolver e transformar totalmente a música do século XX. Assim como Bach apontou o caminho para os séculos seguintes, Schönberg também faz o mesmo, em relação à música moderna e o séc. XX.
Abaixo, publico o cartaz do concerto em Fortaleza e também um vídeo do youtube para quem quiser escutar e se familiarizar com essa belíssima obra de arte.
Também aproveito para convidar para o concerto, quem quiser (e puder) comparecer está mais do que convidado e garanto que não se arrependerá.
Também aproveito para convidar para o concerto, quem quiser (e puder) comparecer está mais do que convidado e garanto que não se arrependerá.
Os Links para o restante da Obra são -
http://www.youtube.com/watch?v=anFtEDXsBTc&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=IN7PJff5CbQ&feature=related
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